O jornalista Diógenes Dantas entrevistou o pré-candidato ao governo do estado, vice-governador Iberê Ferreira de Sousa na última sexta-feira (22) no programa Jornal 96, da 96 FM. Na ocasião, o político garantiu que apesar de todas as especulações sobre um nome para ser seu vice, a preocupação maior de seu grupo é concluir o arco de alianças.
Sobre o deputado Robinson Faria, Iberê já tem praticamente como certa a saída do presidente da Assembleia Legislativa do governo. Porém, garante não ficar magoado, se o deputado estadual preferir ser o vice de Rosalba Ciarlini.
Já sobre o posicionamento do PMDB, mais precisamente de seu líder no estado, o deputado federal Henrique Alves, o pré-candidato disse estar tranquilo. O vice-governador não acredita que ele possa mudar para a oposição, caso alianças nacionais não favoreçam seu partido. O peemedebista já teria, inclusive, disponibilizado seu nome para compor a coordenação da campanha do pessebista.
Sobre a possível vinda do PV de Micarla para seu grupo, Iberê Ferreira confessa ter sido pego de surpresa, mas ao mesmo tempo feliz. Ele prefere não especular sobre insatisfação dos outros partidos da aliança com isso. Mas garante que ainda não houve conversas com os pevistas, nem oferta do cargo de vice.
Iberê fala ainda sobre orçamento e questões administrativas, relação com Assembleia Legislativa e projetos para quando assumir o governo em abril próximo. Confira a entrevista concedida a Diógenes:
Diógenes Dantas - Passei uns dias fora e quando voltei a Natal já estava a discussão sobre a procura do seu vice. Você realmente já está à procura de um vice?
Ibere Ferreira – Absolutamente. Eu vi a hora sair você como meu vice.
DD – Não porque eu não sou filiado. Mas seria uma honra...
IF – A nossa estratégia não é de escolher um vice agora. O que nós pensamos é exatamente concluir o arco de alianças, montando a coligação. Depois disso é que deveremos sentar com os partidos que formaram essa coligação para definir vice, outro candidato a Senado, dois suplentes. Se engessar a chapa agora, não teremos mais espaço para nenhuma negociação de ordem política.
DD – Então será que estão querendo criar um desgaste? Há setores políticos e da imprensa que querem estabelecer que você está atrás de um vice e não consegue, podendo acontecer o que aconteceu na eleição de Natal no ano passado, onde o vice foi escolhido em cima da hora?
IF – Pois é. As pessoas esquecem que estamos a nove meses da eleição, uma gestação. Não é uma boa estratégia você engessar uma chapa nesse momento. E ainda cria uma dificuldade. Alguns que apareceram nos jornais dizendo que não aceitavam e depois me telefonaram para dizer “olhe Iberê, eu disse que não aceito, porque estou nas minhas bases, estou conversando. Mas você sabe que eu estou à disposição”.
DD – Você vai dizer quem é?
IF – Não, porque não ficaria bem.
DD – Como está a questão de Robinson Faria? Para você isso é uma questão encerrada?
IF – Pelo que eu tenho lido nos jornais, sim. Acho que ele está tomando uma decisão. A governadora (Wilma de Faria) até pediu que ele se pronunciasse, mas não sei se ele já o fez. Mas a tendência que eu estou sentindo é que ele realmente vai deixar o governo. Eu lamento muito. A gente fez o que foi possível, participei do esforço para que ele permanecesse onde sempre esteve e está, que é o governo do estado. Sinto que isso não é possível. Mas isso não vai fazer com que eu fique magoado ou chateado com ninguém, porque acho que isso é um direito de cada um.
DD – Tudo indica que Robinson vai ser o vice de Rosalba. Ele não aceitou ser o seu vice, quando houve inclusive o convite da governadora, ou pelo menos uma articulação nesse sentido. Como é que o senhor encara isto, que não aceita ser o seu vice, mas aceita ser o de Rosalba?
IF – Em primeiro lugar eu quero dizer que nunca o chamei para ser meu vice. Absolutamente. O que não significa dizer que eu desprezaria. Eu considero um direito que ele tem, de escolher. Ele prefere ser o vice de Rosalba. Ele é um político experiente e escolheu o que acha ser melhor para ele. Mas eu não tenho é porque ficar magoado. Se tinha alguém que poderia ficar magoado seria eu, que lutei para ele ficar, que votei no filho dele, mas mesmo assim respeito a posição e não tem problema algum. Vamos para a luta.
DD – A governadora tem cobrado alguma posição do deputado Robinson com relação aos cargos que ele indicou no governo e o deputado diz que isso é uma prerrogativa dela, que é quem admite e exonera. Caso essa situação perdure até o vice-governador assumir o governo em abril, qual será a posição do vice-governador?
IF – Acho que não vou enfrentar esse problema, até porque conheço o deputado Robinson, ele é uma pessoa ética e tenho convicção de que na hora que ele decidir e comunicar o posicionamento ele, como faria qualquer político ético, iria até a governante a quem ele pediu aquela nomeação para dizer que estava liberado e agradecer pelo prestígio.
DD – Mas ele tem dito que isso é uma prerrogativa e que não vai entregar cargo nenhum.
IF – Todos nós sabemos que isso é uma prerrogativa da governadora, mas acho que isso não vai acontecer. Eu conheço Robinson, ele é ético, e na hora que ele anunciar a decisão será o primeiro a pedir a saída dos cargos, até para evitar os constrangimentos das pessoas ligadas a ele que estão no governo.
DD – Uma de suas características é ser pragmático. Caso permaneça a situação atual e ele não peça a exoneração até o início do seu governo, o que você vai fazer?
IF – Eu não faço gol contra. A gente tem que chutar para o outro lado, e não para a nossa trave.
DD – Como está a situação com o PMDB? Atualmente se tem Henrique, que é da base do governo, mas tem Garibaldi já definido com relação ao governo. Caso Temer não seja indicado como o vice de Dilma, o senhor teme que o deputado Henrique possa se juntar à banda adversária.
IF – Não. Absolutamente. Conheço o deputado Henrique há muitos anos e tenho conversado com ele bastante. Ele se prepara para assumir uma das coordenações da campanha. Ele me autorizou a ver a melhor forma dentro da estrutura que estamos montando. Ele me disse que está conversando com prefeitos do PMDB, trazendo-os ao meu encontro, e a posição dele é absolutamente definida, sem haver a necessidade de uma briga pessoal com o senador Garibaldi.
DD – A prefeita Micarla de Sousa reuniu o partido e uma das definições dela foi que o PV está aberto para negociar com os dois lados. Como o senhor recebeu essa notícia?
IF – Eu fique muito feliz. Nem esperava que a discussão pudesse chegar a isso. Eu tenho dito que nós estamos compondo a aliança que levaremos até as eleições e sem a menor dúvida o PV é um partido da base de Wilma e Lula. Então, não vejo maiores dificuldades para que possamos estabelecer um diálogo.
DD – A aproximação com o PV não pode afastar partidos como o PT e o PDT do arco de alianças?
IF – Para conversar, eu acho que não. Não vejo dificuldades em conversar. Acho que é natural, como foi continuar conversando com o PDT, PT. Eu só não converso com o DEM, até porque o partido é um partido que faz oposição ao presidente Lula.
DD – O senhor conversa para chegar a um acordo para as eleições. Se aproximando do partido verde, não pode haver problemas com PT e PDT?
IF – Eu espero que não. Eu não posso é ficar sem conversar com os partidos para ficar na expectativa de que possa haver possíveis descontentamentos. No dia que algum disser “eu não posso por isso”, aí vamos decidir. Nunca ouvi do PV que se fôssemos conversar com o PDT eles estariam fora da aliança. Então vamos conversar, analisar e decidir.
DD – A governadora tem conversado muito com a prefeita Micarla nos últimos dias. Ela tem feito alguma sondagem para que o PV participasse da aliança de sua candidatura e até oferecesse a vaga de vice ao grupo de Micarla?
IF – Não. Se não ela teria me dito. Ela tem conversado, mas me disse que alguns assuntos de ordem administrativa. Eu tenho me encontrado com a prefeita. A conheço há muitos anos, filha do nosso saudoso senador Carlos Alberto. Mas até hoje não conversei absolutamente nada sobre apoio para essas eleições. Até porque, até então, eu não tinha visto declarações que nos dessem abertura para isso. Mas vou procurar e avaliar a expectativa de coligação.
DD – E João Maia, do PR? Ele participou do almoço de Robinson com lideranças da oposição.
IF – João Maia me disse que foi convidado para participar de um almoço social. Não foi comunicado de que fosse nenhuma reunião de ordem política partidária. Estive com o deputado, que continua bem e interessado. Passamos algum tempo discutindo sobre campanha, em termos de posições, de próximos passos que deveremos tomar. Ele concluiu a conversa que teria com todas as lideranças, o que é muito importante. Não podemos fazer coligações só com as cúpulas, porque os militantes nem sempre acompanham.
DD – Foi o caso da eleição de Natal?
IF – Também. Só que nessa última eleição de Natal foi muito em função do tempo. Deixaram de conversar no início, foi sendo protelada, e já foi decidida muito em cima da eleição, o que não permitiu o diálogo com a militância.
DD – O senhor acha que o processo só está no início?
IF – Acho que sim, porque estamos a nove meses da campanha. É porque, evidente, que o Rio Grande do Norte é um estado muito politizado e as conversas políticas são antecipadas. Quando chega nesse momento, os alpendres das casas de praia estão absolutamente para a política, para muitas projeções.
DD- Você assume o governo no início de abril, com a desincompatibilização da governadora Wilma de Faria, que é candidata ao Senado da República. Eu lhe pergunto: quais as áreas da administração que terão maior atenção do senhor, que já tem falado à imprensa que já tem todo um planejamento para estes nove meses de gestão?
IF - Eu vou dar ênfase a duas áreas: segurança e saúde. Evidente que quando eu falo em segurança, e quando eu falo em saúde, você não pode achar que vai resolver o problema da segurança só com um aumento no número de viaturas ou um aumento de efetivo. Esses problemas são sistêmicos, você só pode resolver o problema da segurança também estimulando as políticas públicas na área do esporte, da cultura, para que a gente possa ter uma ocupação para os nossos jovens, de qualificação profissional. Nessa área eu vou dar foco e muita ênfase, sobretudo, Diógenes, pelo problema da droga. Todos os dias a gente está vendo aí, hoje a secretaria de segurança já me informou que cerca de 85% de todas as infrações penais têm origem na droga.
DD- o álcool também, que é uma droga legalizada...
IF – Certamente. É mais simples, mas não deixa de ser uma droga. Hoje, nós temos isso e o crack, também, que está aí destruindo famílias, encurtando a vida dos jovens
DD- programas como o 'Proerd' serão estimulados?
IF - Não somente estimulados. Eu vou estruturar o Proerd, vou estruturar este programa.
DD- É um programa de ensino, nas escolas públicas e privadas?
IF - É de prevenção. Porque nessa área das drogas, eu vou atuar em três frentes, três segmentos: na área da repressão, e aí, Diógenes, você pode ficar certo que no meu governo traficante de droga ou estará na cadeia ou estará fora do estado. Aqui no estado não fica. Eu vou atuar fortemente nessa área da repressão, mas na repressão ao traficante.
DD- além da repressão?
IF- Além da repressão, nós vamos ter um trabalho de recuperação desse jovem que já se iniciaram e são dependentes químicos. Nós vamos procurar as igrejas, as ONGs, pois tem tempo suficiente para o estado montar uma clínica dessa ordem. Então nós vamos procurar estes segmentos sociais que têm esse tipo de trabalho. Ao invés deles irem procurar os governos, nós é que iremos procurá-los. Vamos procurar realizar convênios com essas instituições, não somente para os jovens, mas para as jovens também. Uma coisa que nos preocupa muito é o número de meninas que estão no caminho das drogas. No passado, era mais os jovens, mas hoje as meninas também. Eu recebo e-mails, cartas, de famílias perguntando se quando eu falo nessa história da gente encontrar essas clínicas, perguntam se vai ter também para as mulheres. E é evidente que vai.
DD- Nas festas hoje por aí nós vemos mais meninas bêbadas do que meninos... Mas me diga uma coisa, além da repressão e recuperação o que tem mais?
IF - Nós temos a prevenção. Prevenção que vai ser feita através do Proerd. Mas isso é uma luta que a gente vai ter que contar com a sociedade. Com a imprensa, com a família, com os pais. Porque muitas vezes as pessoas sabem quanto. Nas cidades menores, todo mundo sabe onde é uma boca de fumo, todo mundo sabe onde se vende a droga. Tem lugares no interior onde se soltam fogos quando chega a droga e as pessoas sabem de tudo isso, mas não denunciam. Têm receio, têm medo. Nós vamos precisar que as pessoas se conscientizem que esse é um combate que a sociedade tem que fazer unido, não somente a polícia e não somente o aparelho estatal.
DD- A imprensa anunciou e o portal Nominuto também que o senhor convidou o desembargador Cristovam Praxedes para assumir a Secretaria de Segurança Pública. Inclusive, claro, com acordo da governadora Wilma de faria. Houve essa sondagem, esse convite ao desembargador, que já até admitiu na imprensa?
IF - É, nós já conversamos. Eu acho o desembargador um nome sério, de uma pessoa competente, comprometida com a coisa pública, e eu conversei com o desembargador em termos da minha administração, em abril. Depois conversei com a governadora. Todas essas ações que eu pretendo fazer pro futuro, muitas têm que começar agora, e estão começando. Então, temos essa sintonia
DD- se o desembargador Cristovam Praxedes, que, inclusive, se aposenta do Tribunal de Justiça, se ele aceitar e deverá ser nomeado no governo Wilma? Ou só em abril, no governo Iberê?
IF - Depois que eu conversei com a governadora, ela então mandou convidá-lo para conversar. Conversaram e há uma possibilidade muito grande de que ele assuma ainda agora no mês de fevereiro, ainda no governo da governadora Wilma. Para que possa começar a tomar as primeiras providências, se não a gente não vai ter tempo suficiente para isso.
DD - Iberê, esse é um assunto recorrente hoje, principalmente neste ano de eleição... Há muita expectativa de concursados da polícia civil, polícia militar, suplentes aqui, então o Vandenberg Costa, de Morro Branco, e o Michel Azevedo, que fez a pergunta via twitter, e também o Carlos Ney, também via twitter, sobre a convocação dos suplentes da polícia militar, que tem data para 14 de fevereiro. Ontem teve até manifestações aqui em Natal, dos concursados da polícia civil. 600 agentes penitenciários foram chamados, já está na imprensa. Existe perspectiva de convocação desses concursados?
IF - Existe sim, não de todos. Evidente que nós não vamos convocar somente por convocar, é preciso que nós tenhamos informações da Secretaria de Administração, de Tributação, para ver. Não adianta convocar e não ter o dinheiro para pagar. Na realidade, na última vez, há alguns meses quando solicitamos a governadora que para essa ideia de reforçar a questão da segurança, nós solicitamos que ela mandasse convocar mais mil concursados. Na época, o processo voltou, porque nós não poderíamos convocar mil, em virtude de o número aprovado. A Assembléia disse que o máximo de convocados pela polícia só poderia ser dez mil e três. Não sei o porquê desse três... Então mil passava dos dez mil e três e nós tivemos que diminuir e a convocação foi apenas de 650. Agora uma nova lei foi aprovada pela Assembleia, aumentando este teto para 12 mil. E esses 650, primeiro têm que fazer o teste físico, para depois iniciarem o treinamento, que são de cinco ou seis meses, se não me engano.
DD- mas existe perspectiva para chamar os concursados da polícia civil e também os suplentes da polícia militar?
IF - Existe sim. Agora o número é o que eu não posso lhe dizer. Nós vamos ver essa possibilidade e, como o concurso foi prorrogado até 15 de fevereiro, o que nós não sabíamos, então há possibilidade da gente completar este número, que era de mil e só foram convocados 650. Deste, diminuíram ainda outros que passaram em outros concursos, e aí é possível que nó possamos completar esse número.
DD – O orçamento do estado foi votado, grande turbulência política e, até um desconhecimento por parte do governo do estado. O orçamento vai ser vetado pela governadora?
IF – Tenho audiência marcada para saber exatamente o que vai ser feito do orçamento. O que já sei é que o orçamento foi completamente modificado. Chegou inteiramente diferente do que foi. A secretaria de Planejamento estava fazendo uma análise e já notou que algumas das emendas são inconstitucionais. Não foram aquelas oitenta e tantas emendas que disseram. Só apareceram 42 duas e têm que ser esclarecidas.
DD – Se tiver de vetar alguma coisa, será mesmo vetado?
IF – Com certeza. Não tem nem como não vetar. Se foram retirados recursos de áreas consideradas importantes, vamos vetar. Por exemplo, foram retirados recursos para o Samu, que é uma instituição que funciona. Foram retirados também recursos para a alimentação de presos. São as primeiras informações que tenho. Vou procurar saber e a governadora está fazendo essa análise e, se for necessário, vetará sim.
DD – Sobre a adutora de Mossoró, o que o senhor tem a dizer sobre o desfecho dessa proposta?
IF – O desfecho foi bom, porque os recursos foram aprovados. Depois de muito trabalho e de uma posição muito radical que foi tomada pelo deputado José Dias (PMDB), que eu até em determinado momento lá em Mossoró cheguei a dizer que não conhecia a atuação parlamentar do deputado José Dias naquela área. Os blogues repercutiram como eu não conhecendo o deputado e ele ficou magoado, chateado. Mas não acredito que tenha sido por isso que ele tenha tomado aquela posição (foi contra a dispensa de tramitação). Quase que a gente perde o recurso.
DD – O senhor acha que politizaram demais essa questão da adutora?
IF – Pois é. Eu não queria acreditar hora nenhuma que aquele assunto pudesse ser partidarizado, politizado, como naquele momento pareceu ser para a população. Lamentei muito aquele episódio, mas ainda bem que no final prevaleceu o espírito público e o bom-senso. A adutora vai sair dessa vez.
DD – Como será a convivência de Iberê com a Assembleia, sabendo que a bancada tinha a preferência pela candidatura de Robinson Faria e, agora, se avizinha uma convivência complicada? Qual a expectativa?
IF – A minha expectativa é a melhor possível. Eu tive seis mandatos de deputado federal, dois de estadual, e acho que a democracia é isso: a convivência entre os contrários. Eu espero ter uma excelente convivência. Sei da importância dos parlamentares, vou conversar com todos eles, ter um diálogo com cada um.
DD – Mas pelos últimos acontecimentos, essa convivência não será difícil?
IF – Na minha vida, eu nunca encontrei nada fácil. Mas não quer dizer que as coisas difíceis são intransponíveis, não têm solução. Confio que vamos estabelecer um bom diálogo, mas isso não significa que eles vão aderir ao governo, e nem eu vou buscar isso. Eu só encaminharei para a Assembleia projetos de interesse do povo e, como eles também têm espírito público, não haverá problemas.
DD – O fato de o presidente da AL ser o vice de sua adversária, que é uma coisa possível hoje, não vai dificultar a situação na Assembleia?
IF – Para mim, não vai dificultar. Eu tenho 40 anos de vida pública e não tenho um inimigo em função de política. Eu sei separar as coisas. A sociedade também não suporta mais essa história. Eu boto as ideias para brigar, mas pessoalmente você brigar com uma pessoa? Você ir para um palanque, para uma emissora de rádio para falar mal das pessoas, denegrir imagem, isso ninguém mais aguenta.
DD – Isso está ocorrendo?
IF – Esse tempo passou. Mesmo que procurem fazer, comigo não vai ocorrer. Eu não entro nessa discussão, não entro nesse diálogo. Vou discutir ideias, propostas, e, da mesma forma, vou me relacionar com os parlamentares. Não vou deixar de ir porque fulano é contra. O que acho mais importante é que esse diálogo seja acompanhado pela sociedade. E todos esses diálogos, eu farei questão de explicar, de divulgar, porque a sociedade tem a obrigação de saber e de acompanhar o projeto até a votação da Assembleia.
DD – Iberê aceitaria ter como vice Luiz Almir?
IF – Todos os nomes que foram colocados até o momento são bons nomes e nomes que merecem o meu respeito. Não diminuiriam em nada a nossa chapa. Inclusive o de Luiz Almir. Mas o que tenho dito é que não vai caber a mim definir o vice. Quem vai definir são os partidos que compõem a coligação.
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