O vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) assegurou que não teve nenhuma participação no episódio da intervenção no diretório estadual do Partido Progressista do Rio Grande do Norte. O pessebista, entretanto, comentou que não seria “razoável” se o PP viesse a apoiar um candidato de oposição no Estado, uma vez que a legenda integra a base política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No início de fevereiro, o presidente nacional dos progressistas, senador Francisco Dornelles (RJ), cancelou o congresso potiguar que elegeria o novo presidente da agremiação e ordenou a formação de uma nova comissão provisória composta pelos 16 prefeitos do partido e o vice-prefeito de Natal, Paulinho Freire. Iberê e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) são apontados como os articuladores da ingerência no PP do RN.
“Minha interferência nesse episódio é zero, porque eu sou do PSB”, despistou o vice-governador. Mesmo negando que tenha agido em parceria com Henrique para influir nos rumos do Partido Progressista, Iberê repetiu o discurso invocado pelo líder do PMDB e lembrou que a legenda comanda o Ministério das Cidades, uma das pastas com maior aporte de recursos do governo federal.
“Não é razoável que o PP fique contra o presidente Lula no Rio Grande do Norte para apoiar a candidatura do DEM, que faz uma oposição radical ao governo federal”, declarou.
A movimentação do PP é vista como uma estratégia para enfraquecer o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Faria (PMN), que detinha o controle informal do partido, mas perdeu parte desta influência quando desistiu de se candidatar a governador e aceitou o convite para ser o vice da senadora Rosalba Ciarlini (DEM).
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