É preciso reinventar o debate eleitoral na televisão


Os debates eleitorais precisam ser reinventados na televisão porque os que foram apresentados nas últimas semanas não se mostraram eficientes como produtos de televisão. As regras engessadas criadas para atender aos interesses dos políticos tiram do debate toda a vivacidade do encontro de candidatos com propostas e ideologias diferentes, o tempero ideal para garantir ritmo ao programa e interesse ao telespectador. A Globo encerrou a primeira fase dos confrontos entre os candidatos e não trouxe nenhuma grande inovação ao formato, apenas a preocupação com a cenografia perfeita para garantir a fotografia bonita na tela. Band, Rede TV!, Record e Gazeta também não inovaram em nada nos debates que realizaram e parecem que se preocuparam mais com “baldinhos” onde ficavam os temas que eram sorteados para as perguntas. Com isso, em casa o telespectador acompanhou em todos os encontros candidatos que levavam para os debates os discursos decorados do horário eleitoral. Nenhuma resposta direta, muitas insinuações e poucos projetos concretos. Infelizmente, os debates se transformaram em mais um palco para a apresentação de candidatos criados por marqueteiros, personagens de um show desenhado nos gabinetes das agências de publicidade que criam de tudo. Está mais do que na hora de rever o formato, quebrar regras e deixar o confronto político dominar o debate. É preciso coragem de todas as partes e só assim esse tipo de programa marcará a televisão como ocorreu em 1998 no confronto entre Covas e Maluf, em 1989 entre Brizola e Maluf e logo depois entre Lula e Collor. Do jeito que está, é melhor assistir ao horário eleitoral obrigatório.

Créditos José Armando Vanucci.

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