Ainda não há difunto, mas SBT está na UTI e algo tem que ser feito

http://audienciadatv.files.wordpress.com/2010/11/silvio-santos1.jpg?w=292
Nessa semana saiu à notícia do rombo em uma das empresas do Grupo Silvio Santos. Não a mais conhecida, mas a maior no teor de importância. Entretanto o que mais deixou a população, de modo geral, espantada foi o fato de que o SBT poderia estar envolvido e, inclusive, ter que ser vendido para cobrir o valor de dívida. Mas que dívida?
Vamos entender tudo. Na terça-feira, o banco PanAmericano informou, por meio de nota oficial, que o Grupo Silvio Santos injetará uma quantia equivalente a 2,5 bilhões de reais na instituição, a fim de “restabelecer o equilíbrio patrimonial” e “liquidez do banco”.   Ainda segundo a nota divulgada pelo banco, a operação fora iniciada após terem sido encontradas “inconsistências contábeis” nos balanços, que não estariam refletindo no verdadeiro panorama.
Mas o dinheiro para restabelecimento do equilíbrio, “de modo a preservar o atual nível de capitalização” viria da onde? De um empréstimo feio por Silvio Santos ao Banco Central do Brasil. Em qualquer operação como esta, é necessário deixar algum bem que servirá de garantia ao órgão que está emprestando o capital, e é justamente aí que o SBT entra em cena. A emissora de Silvio Santos, junto ao Baú da Felicidade, Jequiti Cosméticos, Tele Sena e mais 40 empresas que, juntas, valem mais do que R$2,7 bilhões, teriam sido “dadas” como garantia do empréstimo, que será pago em dez anos, num valor de R$ 29 milhões mensais podendo haver alterações cambiais.
http://audienciadatv.files.wordpress.com/2010/11/silviosantostvtupi.jpg?w=174&h=236
Embora o Banco PanAmericano não tenha sido colocado a venda, segundo a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de São Paulo, esta é a solução mais rápida para arrecadar o dinheiro e quitar o rombo. A Caixa Econômica detém 49% das ações do banco do Grupo SS. Ontem, 10, Miriam Leitão proferiu as seguintes palavras: “[...] se estava assim com essas fraudes contábeis como foi que a Caixa Econômica não viu quando em julho comprou 49% desse banco? Antes de uma operação assim é feita uma varredura nas contas, a chamada due diligence, e mesmo assim a Caixa nada viu? Por que o BC permite que a Caixa, com toda a sua história centenária e suas responsabilidades, saia comprando participação em banco privado? Para correr risco com dinheiro público? O BC já sabe do problema há semanas, porque segurou a informação?”.
São imensas as dúvidas que se sustentam sobre o caso, principalmente por não termos as declarações e versões de todas as partes envolvidas. Ontem o Banco Central afirmou que não pode interferir em um assunto de uma empresa privada e dizer “não façam esse negócio”. Mas a verdade é que a Caixa já perdeu 30% de seu valor, ainda segundo Miriam Leitão. Porem é importante salientar que não há crise no sistema bancário brasileiro, até por que se trata de um fato meio que isolado.
Ninguém duvida da palav
http://audienciadatv.files.wordpress.com/2010/11/silvio-santos-milhao.jpg?w=214&h=214
ra do dono do baú. Isso seria um crime contra a cultura brasileira, que foi, em partes, construída por esse homem chamado Silvio Santos. Alguns até estão correlacionando o fato do risco do SBT ser leiloado ao episódio em que Silvio Santos, junto com a família Machado, foi obrigado a vender a Rede Record, que na época, final da década de 80, estava afogada em dívidas. É errado fazer essa ligação, mas não é correto dizer também que não há riscos a serem corridos pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), de perder seu dono legítimo para um outro, já se fala até em Eike Batista, nada que passe de alguns boatos.

O fato mesmo é que o SBT não anda lá muito bem das pernas. A empresa, que segundo o próprio Silvio Santos rende 40 milhões de reais por ano, deve fechar 2010 com saldo negativo de R$ 44 milhões, de acordo com a Veja.
O SBT precisa sair da UTI, apesar de não estar “por hora com placa de venda”, seria uma página triste da nossa história ver o animador de tantas décadas e auditórios, chorando por uma perda tão significativa.
Por: Breno Cunha

Comentários