NEM PERSEGUIÇÃO, NEM MÁ GESTÃO
Turno EJA da Escola Madalena Antunes está sendo remanejado por inviabilidade de demanda
Anualmente, nesta época, a mesma angústia atormenta alunos e professores do programa de Educação de Jovens e Adultos-EJA.
É por essa época que crescem os rumores sobre o fechamento de alguns turnos, e no caso de Ceará-Mirim, que muitos teimam em falar no fechamento da escola.
Mas não há segredos para equacionar desejos e necessidades de manter a EJA nas escolas. É preciso, só, ter alunos suficientes, nada mais.
Alunos de menos inviabilizam o programa.
De acordo com a secretária de educação do município de Ceará-Mirim, Ângela Aquino, foi exatamente o número insuficiente de alunos que causou o remanejamento do turno da EJA da Escola Municipal Madalena Antunes Pereira, para a Escola Municipal Dr. Júlio Senna, onde funciona outro pólo do programa.
Só para se ter uma idéia, segundo a secretária, dos 136 alunos matriculados na EJA no início do ano letivo de 2010, na Escola Madalena Antunes, apenas 44 chegaram ao término. Os demais desistiram no meio do caminho ou foram reprovados.
Outro dado preocupante informado pela secretária Ângela Aquino, é que, a Escola Municipal Dr. Júlio Senna, que estará recebendo o turno do Madalena Antunes, iniciou o ano letivo com 248 alunos matriculados na EJA, e apenas um saldo de 78 ao final do mesmo ano.
Pelo mesmo motivo – falta de demanda suficiente – o turno EJA da Escola Municipal Rótary estará sendo remanejado para o pólo que funciona na Escola Municipal Mário Pinheiro.
Há que diga inclusive, que o esvaziamento nas salas de aula da Educação de Jovens e Adultos, deva-se a existência – principalmente nas comunidades rurais – de outros programas dos governos federal e estadual como: Projovem, Brasil Alfabetizado e Pescando Letras, que têm objetivos praticamente iguais aos da EJA.
Funciona assim:
O programa de Educação de Jovens e Adultos-EJA é instalado nas comunidades que apresentam taxas significativas de analfabetismo entre a população com mais de 15 anos de idade.
Quando as salas de aula começam a esvaziar, o programa então é fechado ou remanejado, com os alunos restantes indo para outra escola que ofereça o programa.
E este portanto, é o caso que está ocorrendo com o turno noturno da Escola Madalena Antunes, cujos alunos restantes estão sendo remanejados para o pólo da Escola Dr. Júlio Senna.
É assim quase todos os anos em qualquer parte do país onde a EJA esteja instalada.
O QUÊ FAZER?
A idéia é simples. Basta as escolas, a comunidade em geral e as famílias se mobilizarem para atrair aqueles adultos que queiram se interessar em aprender a ler e a escrever.
A EJA tem início, meio e fim, mas só fecha de tiver poucos alunos, e todas as escolas sabem disso..
O recado, portanto, está dado: a mobilização e a busca por interessados em estudar, não é apenas do município, devem acontecer nos bairros, na comunidade, na família e também no entorno das escolas que acolhem o programa.
É, pois, mais uma tarefa dos já atarefados trabalhadores que tentam alcançar a luz do mundo da escrita.
Jorge Moreira
Secretaria Municipal de Comunicação Social – PMCM
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