A Record não tem feito segredo de seus interesses em se tornar a grande detentora dos direitos de transmissão dos jogos do Brasileirão de 2012 a 2014 no mercado de TV aberta. A empresa reiteradamente tem dito que pretende entrar na disputa para vencer e elogiado o regramento criado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para assegurar que o Clube dos 13 não dê qualquer tipo de preferência a um dos concorrentes (no caso concreto, a Globo), equalizando a disputa. Neste novo cenário, o presidente da Record, Alexandre Raposo, acredita que tem boas chances de vencer a concorrência. Ele falou aos jornalistas depois de conversar com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
A novidade apresentada nesta quarta-feira, 2, pelo executivo é que a Record também estuda entrar na disputa dos direitos de transmissão dos jogos em pay-per-view. “Nós temos interesse na compra para a TV aberta e para o pay-per-view”, garantiu Raposo. Já a disputa pelos direitos para uso em um canal pago não deve contar com a emissora no rol de competidores. “Na (TV) fechada, não, porque nós temos dificuldade de distribuição dada a concentração desse mercado.”
Raposo não deu detalhes de como fará a oferta de mercado do pay-per-view caso saia vencedor na disputa, nem com quem distribuiria o conteúdo. Apesar de ser um mercado potencialmente mais segmentado, a Record precisará firmar uma parceria com alguma empresa de TV por assinatura para viabilizar a oferta dos jogos por demanda.
Novo modelo
Mas o foco nítido da emissora continua sendo arrematar os direitos para a TV aberta. Tanto é assim que a Record já tem bem planejado como fará uso dos direitos se for sagrada vencedora. “Vamos passar os jogos às 20h30″, prometeu Raposo. A mudança do horário de veiculação dos jogos – a Globo transmite às 22h30 – pode parecer um detalhe na ampla briga em torno do futebol brasileiro, mas tem um impacto bastante significativo no modelo econômico usado hoje nas TVs, ao romper com a tradicional grade de programação das emissoras.
Para a Record, passar os jogos mais cedo beneficia não apenas a própria empresa – que veiculará o esporte favorito dos brasileiros em horário nobre – como também o próprio torcedor e os times de futebol. “Hoje, nem todos tem como se dar ao luxo de ir a um estádio para assistir um jogo às 22h30 em um dia de semana. O modelo em vigor acaba afastando o torcedor dos jogos e prejudicando financeiramente os times”, analisou Raposo
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