O maior aliado do Clube dos 13 já não está tão alinhado com a entidade. Em audiência pública no Senado para a discussão dos direitos de TV, o São Paulo deixou claro que pode assinar com a Globo, concordou com argumentos favoráveis à emissora carioca e afundou a base de defesa da entidade de Fábio Koff, que agora depende do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para seguir vivo na briga dos bastidores do futebol.
José Francisco Manssur, representante do clube do Morumbi, deixou claro que o São Paulo não está fechado com a RedeTV!, ao contrário do que alardeia o Clube dos 13. O time tricolor é um dos cinco (Internacional, Guarani, Portuguesa e Atlético-MG) que ainda não acertaram com a Globo, formando a base de Koff e companhia.
Andrés provoca Santos 'é ridículo segurar [Ganso]'
Andrés Sanchez não entrou em detalhes sobre a polêmica possibilidade de Ganso trocar o Santos pelo Corinthians, mas desdenhou da batalha dos dirigentes da Vila Belmiro para segurar o atleta.
Segundo o presidente do Corinthians, os dirigentes praianos só não venderam o meio-campista, que não foi citado nominalmente pelo cartola, porque não detêm 100% dos seus direitos econômicos.
Além do São Paulo, Atlético-MG e Inter também já admitiram que podem negociar separadamente, indo em direção oposta à que prega o Clube dos 13. A entidade ainda viu o Senado sem ação diante do tema, já que os parlamentares não foram capazes de discutir os temas mais importantes do assunto, como a validade do compromisso com o Cade, assinado por Koff e Globo no ano passado.
O Cade, agora, se torna a última esperança do Clube dos 13. O órgão que combate crimes econômicos só vai se pronunciar sobre o caso no próximo dia 27, quando uma segunda audiência pública reunirá Ricardo Teixeira, presidente da CBF, as emissoras e o próprio Clube dos 13.
O pior para o grupo de Koff é que, além de sinalizar uma aproximação com a Globo, o São Paulo ainda derrubou os principais argumentos de Fábio Koff e Ataíde Gil Guerreiro, diretor-executivo da entidade que é dirigente do próprio clube tricolor. A principal divergência é em relação à possibilidade de uma negociação individual, totalmente rechaçada pelo Clube dos 13.
“Como é uma relação privada, o São Paulo entende que os clubes podem negociar separadamente”, disse Manssur, que, no entanto, disse preferir outra opção. “Acho que o modo democrático mais correto é o da concorrência pública”, completou.
Manssur também não se furtou a discursar sobre o que espera de uma futura parceira nos direitos de TV. “O que me interessa não é só o valor, interessa a abrangência a qualidade técnica e o preço”, disse o representante são-paulino, repetindo o mesmo discurso utilizado por Andrés Sanchez pouco antes.
“Eu tenho um patrocinador que me paga R$ 50 milhões e quer aparecer onde tem a maior audiência. Então não é só o maior preço que me interessa”, disse o presidente corintiano.
Manssur foi ainda mais longe. Apesar de seguir em um lado oposto ao do cartola rival, que já se considera ex-membro do Clube dos 13, o dirigente são-paulino acenou com um acordo. “Tenho certeza que as partes vão se compor e o saldo será positivo para todos”, concluiu.
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