Bispo da Universal manda fiéis ignorarem "A Fazenda 4"


Os bispos da Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo (esq.) e Romualdo Panceiro

RICARDO FELTRIN
EDITOR e COLUNISTA DO F5
  
A direção da Record está sob ataque de bispos da Igreja Universal. Segundo esta coluna apurou, o bispo Romualdo Panceiro, rival de Honorilton Gonçalves (vice da Record), está aconselhando fiéis da igreja a não assistir "A Fazenda 4". Panceiro também estaria fazendo a cabeça de Edir Macedo, para que ele proíba uma quinta edição do programa. 
Dentro da Universal, o grupo de Panceiro é rival declarado do grupo de Gonçalves. A pressão de Panceiro pode ser a causa primordial que levou Edir Macedo a anunciar que os fiéis deveriam fazer um "jejum de informação", que começou anteontem e vai durar até o dia 21. Os fiéis devem se abster de ter contato com qualquer tipo de mídia (TV, rádio, jornal e internet).


Panceiro tem abertamente dito a fiéis que o programa "jamais deveria ir ao ar", e que (ele) "vai contra tudo o que a gente prega e ensina". Ele chama os participantes de "ignorantes indecentes". Panceiro se recusa a falar com jornalistas. Ele é hoje o segundo em hierarquia na Universal e foi apontado por Macedo em sua biografia como seu "herdeiro espiritual". É ele também quem cuida da relação econômica entre igreja e emissora (leia-se: quem assina o cheque) 
Sob ataque, a direção da Record, por sua vez ataca a direção de "A Fazenda", exigindo saber o porquê de o ibope estar decepcionante. Nesta semana, o custoso reality show da emissora caiu para a média de 11 pontos, acendendo o alerta. Cada ponto vale por 58 mil domicílios sintonizados. 
A Record não revela quanto custa a produção de cada edição do reality. 
A primeira edição do programa marcou 14 pontos de média. A segunda desabou para 10. A terceira foi a de maior sucesso, com média de 15 pontos. Já "A Fazenda 4" marca 12 pontos de média até o episódio de ontem. 
Cobrados pela cúpula da emissora, os responsáveis pela escolha de elenco se eximiram, dizendo que não havia outras alternativas.

Comentários