Juros comeram R$ 34,6 milhões por hora do bolso do brasileiro no 1º semestre


Que os juros corroem o bolso do brasileiro, todo mundo sabe, mas o que a população não sabe é o tamanho desse estrago nas finanças pessoais. O pagamento das taxas cobradas por bancos, financeiras, governos, entre outros comeu nada menos que R$ 34,59 milhões por hora no bolso do brasileiro entre janeiro e junho de 2011 - seja um consumidor direto ou uma empresa. 

O número consta de uma pesquisa da Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) divulgada nesta quinta-feira (11). Ao todo, os juros comeram R$ 830,3 milhões por dia da grana do consumidor e das empresa – ou R$ 150,3 bilhões ao todo.

Considerando apenas as famílias brasileiras, ou seja, as pessoas físicas, as perdas com o pagamento de juros chegaram a R$ 85,2 bilhões no primeiro semestre de 2011. Esse montante corresponde a 65,91% dos R$ 129,3 bilhões que as famílias gastaram com juros ao longo de 2010.

As taxas de juros para as pessoas físicas saltaram de 40,6% ao ano nos primeiros seis meses de 2010 para 45,4% ao ano em 2011 - alta que implicou em uma um aumento de R$ 7,8 bilhões no valor absoluto pagos em juros no período.

As empresas também não ficaram fora do "poder nocivo" dos juros no bolso. Entre janeiro e junho deste ano, as corporações que atuam no Brasil desembolsaram nada menos que R$ 65,1 bilhões para pagar as taxas. Esse dinheiro equivale a 62% dos R$ 105 bilhões que as pessoas jurídicas gastaram com juros ao longo de 2010.


Segundo a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a diferença entre o valor mensal pago com juros pelos brasileiros em 2010 e 2011 é de R$ 1,3 bilhão maior que o montante das transferências sociais em 2009, já corrigidas pela inflação.
Ou seja, o valor é maior que o repassado pelo governo aos brasileiros por programas sociais como o Bolsa Família e Erradicação do Trabalho Infantil, é menor do que o consumido pelos juros.
Os principais motivos para o desembolso cada vez maior de recursos para pagar juros é o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, e as medidas chamadas macroprudenciais de restrição ao crédito adotadas pelo governo, segundo a Fecomercio-SP.

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