Bom, leitor, referente ao aniversário do SBT, gostaria de revelar o quanto posso ir mais distante destes 30 anos. Eu vi Sílvio Santos apresentar seu primeiro programa na Globo, em um belo domingo. Entrou no palco, atrás havia uma cortina cinza, não esquecendo que a transmissão a fazia assim pois era em preto e branco. Ao lado dele coisas impensáveis hoje em dia, fantasmas. Sim, o artista nunca estava só, seja em qual monólogo for, havia duplicidade de imagens. As transmissões eram ruins. Nada como nossa atual época digital.
Conversando com o público, Sílvio nos passou uma bela impressão, o que não sabíamos era a extensão de seu programa, duraria até as 8 da noite. Exatamente, Sílvio passava todo o domingo na tela da Globo. Posteriormente teve que dar seu lugar para um domingo cheio de seriados e desenhos, onde surgiram os inéditos Buck Rogers, Galáctica, Tarzan em desenhos, Scobidoo e tantos outros no “Bom Domingo”. Saiu e se tornou o grande inimigo da Globo ao lançar o SBT. Posteriormente Sílvio também criou seu monstro vendendo a Record para Edir Macedo. A Globo repetiu o prato quando ajudou na criação da Manchete desde que esta não entrasse no ramo das novelas, logo em seguida vendo seu Carnaval recebendo a exclusividade de transmissão e paralisando perante a acachapante vitória de “Pantanal”. Viu? Negócios são negócios!
Em perfil, Sílvio, paletó e gravata, sério, com brilho no olhar, naquele domingo no início dos anos 70, ergueu a voz e anunciou o Programa Sílvio Santos, as cortinas abriram e a grande magia, até hoje acompanhando o comunicador, se fez presente.
Logo em seguida veio a cor, o Domingo no Parque nas primeiras horas da tarde e a finalização inesquecível com o Show de Calouros. 30 anos tem o SBT mas nosso convívio com esta vontade de ser amigo e apresentador do sr. Abravanel pertence a história do Brasil.
Texto: Cleomar Santos
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