PR não rompe com o governo de Dilma Rousseff, mas anuncia posição de independência


Em discurso no plenário do Senado no começo da noite desta terça-feira (16), o presidente do PR e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, anunciou que a legenda deixou a base aliada do governo federal e que agora é "independente".

"Manteremos a atitude responsável, mas atuaremos de forma independente", afirmou. E acrescentou: "Não é aceitável para o PR que sejamos tratados como aliados de pouca categoria, fisiológicos e oportunistas".

Nascimento disse também que a legenda abre mão de todos os cargos na administração federal, deixando a decisão de afastamento de indicações para a presidente Dilma Rousseff. 

"Essa nossa posição serve para reiterar nosso compromisso com o Brasil", frisou o presidente nacional do PR, que é potiguar.

O partido tem cargos de segundo escalão e o comando dos Transportes, com Paulo Sérgio Passos - apesar de o mesmo ser considerado escolha pessoal de Dilma e não cota da legenda. 

"Fazemos aqui o reconhecimento pelo trabalho do ministro Passos", disse Nascimento no discurso, mas, para o PR, ele "não é o legítimo representante do nosso partido no governo federal”.

Com a saída do PR da base, o governo federal deixa de contar com o voto certo de 42 deputados e seis senadores. 

O PR se aliou ao PT em 2002, quando ainda se chamava PL e deu ao candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva o seu vice, José Alencar.   

A dupla foi reeleita em 2006, mas Alencar já integrava o PRB, depois de o escândalo do mensalão afetar líderes da legenda, como o deputado Valdemar da Costa Neto. 

Mesmo assim, o partido não deixou a base aliada do agora ex-presidente e se apressou para manter a pasta dos Transportes no governo Dilma - o que acabou conseguindo.

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