Quem vai pagar meus prejuízos com tantas Blitz?


Até quando ficaremos a mercer dessas “blitz” que simplesmente param o trânsito e não deixam ninguém passar? Se as autoridades pensam ser essa a melhor forma de combater ou de se colocar a lei seca em prática, está na hora de reverem essa idéia, ou melhor, de mudarem seus conceitos.
Saio em uma bela noite de quarta-feira para curtir um momento de lazer, com um destino certo: o Estádio Marias Lamas Farache (Frasqueirão). Tudo pra assistir meu ABC numa “decisão” das semi-finais do nosso deficitário Campeonato Estadual de Futebol do RN. Assisto a um bom jogo, uma partida de futebol bastante disputada, onde do campo saiu um vencedor. Para a minha alegria,  vitória do “Mais Querido”, uma das minhas paixões e de milhares de norteriograndenses.
 Parabéns ao ABC FC, mais uma vez em uma final de primeiro turno do Campeonato Potiguar, após uma bela vitória por 2×1 em cima do competente time do Corintians de Caicó. A propósito, estarei lá daqui a dois dias para curtir seu prestigiado carnaval, com ótimas festas, o Bloco do Magão e como não poderia deixar de destacar, com o que há de melhor em Caicó, suas belas e lindas mulheres que ali habitam, terra abençoada por Santana na região Seridó do Rio Grande do Norte.
Enfim, não vamos fugir do assunto. Após presenciar a vitória do “meu time” que irá disputar a final do primeiro turno com o time do América, ou seja, mais uma decisão, mais um clássico rei. Resolvo, junto a um amigo e uma amiga irmos em direção as nossas residências. Então vamos até o estacionamento do estádio pegar o carro para irmos embora.
No entanto, uma coisa nos deixa um tanto quanto curiosos. Percebemos que o trânsito não andava um metro se quer. Passado mais de meia hora, não conseguimos nem ao menos tirar o carro da vaga onde o mesmo estava estacionado. Fica então aquela dúvida no ar, algum problema muito grande pode ter acontecido no caminho da volta pra casa, para que o trânsito não andasse.
Quando na mesma hora me veio aquele “estalo” na cabeça. Como tinha passado por isso certa vez voltando de um show no Circo da Folia em Pirangi, do Chiclete com Banana, imaginei que esse problema poderia ser consequência de uma blitz, no intuito de impor a Lei Seca.
Portanto, resolvo verificar na internet por meio das redes sociais, como Twitter, Orkut e Facebook o que realmente estava acontecendo.  Como era de se esperar, realmente se tratava de uma blitz da polícia. Não só no sentido de quem ia em direção à cidade, como tinha uma blitz também na avenida de quem se dirigia ao bairro de Cidade Verde. Resumo da história, as duas principais vias de escape para quem estava saindo do Frasqueirão estavam completamente engarrafadas.
Assim como, a grande maioria de todos que estão lendo este meu extenso texto, sou um brasileiro, norte-riorandense, natalense e torcedor do ABC, com muito orgulho. Também sou um trabalhador, brasileiro que não desisto nunca, e acordo todos os dias às 6 horas da manhã para começar o meu dia de batalha, luta e trabalho. Após esse dia cansativo de trabalho e ao término da partida, que encerrou às 22:30 hs, imaginei então que por volta das 23 hs estaria em casa (moro em Ponta Negra), para então tomar o meu banho e dormir para encarar o dia seguinte de trabalho.
Entretanto, ao contrário do que tinha planejado, sobretudo por causa dessa blitz pra fazer valer a lei seca, sabe a que horas pude chegar na minha residência? Somente às 00:32 hs da madrugada da quinta-feira.  Ou seja, pouco mais de 1 hora e 30 minutos após o que me foi planejado. Isso, gostaria de deixar bem claro que cheguei a esse horário, porque moro muito próximo ao estádio, moro no conjunto Ponta Negra. Fico imaginando àqueles que moram em bairros muito distantes ao estádio, as pessoas que moram nas cidades metropolitanas de Natal, as pessoas que moram na Zona Norte, que moram na Zona Oeste, Zona Leste, a que horas esses brasileiros e acima de tudo natalenses batalhadores, assim como todos nós,  foram  chegar as suas residências? CADÊ MEU DIREITO DE CIDADÃO? CADÊ MEU DIREITO DE IR E VIR? Foi impedido por causa dessas blitz, muito mal planejadas pelas nossas autoridades.
E meu dia de trabalho amanhã? Como será? Tenho certeza que não estarei preparado, não estarei totalmente descançado para encarar este dia de trabalho, porque tive o meu direito de ir e vir, de me dirigir a minha residência tolhido por autoridades que acham que estão fazendo e tratando a Lei Seca de maneira correta. Perguntem-me se eu concordo, se eu acho correto o fato de beber e dirigir? Lógico que não concordo. Assim como também não concordo com a maneira com a qual está sendo feito o combate aos motoristas infratores.
Existem muitas outras maneiras de se combater esse tipo infração. E não apenas com blitz que simplesmente param o trânsito e não deixam sequer uma freira com seu vestido preto e branco em cima de uma bicicleta passarem pela blitz sem que seja confundida com uma torcedora do ABC FC e que seja feito o teste do Etilômetro, o tão temido Bafômetro. Ao menos que ela se negue a fazer. Mas acho muito difícil escapar.
Então, eu que não estava bebendo, que planejava chegar em casa às 23 hs, cheguei às 00:32 hs, consequentemente, tive o meu sono encurtado por causa das autoridades “incompetentes” do nosso Estado. Às 6 hs da manhã terei que acordar para mais um dia de batalha, que provavelmente não será produtivo em função disso, diferentemente dos dias normais, cujas horas de sono não foram “subtraídas” por uma blitz, praticadas em nossas avenidas de forma um tanto quanto equivocadas.
E quem vai arcar com os meus prejuízos do dia posterior e a possibilidade de perder meu emprego? Será o Estado? Será a polícia? Serão as autoridades que planejaram essas blitz? Não, a responsabilidade será minha, um brasileiro cansado de tamanha “incompetência” que “arrodeiam” o nosso dia a dia. Mas isso não ficará assim, estarei tomando minhas devidas providências, esterei indo atrás dos meus direitos ante ao Estado. A menos que eu não consiga um Advogado(a) que queira colocar adiante os meus direitos de cidadão. Em caso contrário, pelo menos fica aqui o meu protesto.

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