A primeira vacina para esquistossomose acaba de ser aprovada nos testes clínicos de fase 1, mostrando ser segura e capaz de induzir imunidade à doença, que afeta 200 milhões de pessoas no mundo. Baseada no antígeno Sm14, desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina coloca o Brasil na fronteira da ciência, com a primeira vacina para helmintos. Com um ganho extra: como tem potencial multivalente, a vacina já mostrou ser eficaz para a fasciolose (que afeta o gado) e poderá, potencialmente, ser usada como base para desenvolver imunizantes para outras doenças humanas causadas por helmintos.
A iniciativa também é um marco para a pesquisa em âmbito nacional, pois esta é a primeira vez em que são realizados no Brasil testes clínicos de fase 1 para uma vacina, uma vez que os testes com pacientes, por regras internacionais, devem obrigatoriamente ser realizados no país de origem da tecnologia. A Sm14 inova, ainda, do ponto de vista do modelo pesquisa, sendo foco da primeira parceria público-privada desenvolvida pela Fiocruz, estabelecida com a empresa Ourofino Agronegócios, com apoio de agências de financiamento, como a Finep e a Faperj.
São mais de 30 anos de empenho, liderados pela pesquisadora Miriam Tendler. “Esta inovação é originalmente brasileira, o que coloca o país na fronteira do conhecimento em uma área de alta complexidade tecnológica, o setor saúde. O projeto é apoiado por uma rede nacional e internacional de instituições colaboradoras, com mecanismos de financiamento oriundos tanto do governo quanto da iniciativa privada”, sintetiza.
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