O PMDB deve se reunir em 2013 para discutir a permanência ou possível saída da base de apoio da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). Após uma campanha eleitoral marcada por forte desgaste do governo, os líderes peemedebistas estão preocupados com a sobrevivência política em 2014. Atendendo ao apelo das bases e dos mais de 50 prefeitos eleitos neste ano, as lideranças da legenda devem debater internamente a conveniência da manutenção desta aliança. A possibilidade de o PMDB deixar a base de Rosalba será avaliada nesta discussão. Ampliação da participação da legenda na gestão, por ora, está suspensa. O partido também não descarta discutir candidatura própria para o governo do Estado e para o Senado em 2014.
“Nós vamos fazer uma avaliação mais consistente, mais precisa. Vamos nos reunir no partido, através de uma iniciativa do presidente, deputado Henrique Alves, que já está pensando nesta reunião, a ser realizada provavelmente no próximo ano, para tomar algumas decisões, a partir de uma avaliação mais abrangente”, explicou hoje o ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB). Segundo ele, esta “é uma posição de cautela legítima” do partido, que deseja “fazer a avaliação do que houve nos últimos dois anos”.
Em entrevista ao Jornal de Hoje, o ministro reconhece o desgaste da gestão, que em Natal supera 70%, como principal motivador da discussão sobre a continuidade ou não da aliança. “Mas como eu já tenho um compromisso mais abrangente, não vou fazer essa avaliação isoladamente antes de comungar com meus companheiros uma análise mais aprofundada, uma agenda até a eleição de 2014″, frisou Garibaldi, que por ser aliado de primeira hora da governadora é cauteloso. “O que digo é que nós esperamos que a governadora, já que está entrando mais para o final do governo do que para o início, que ela supere essas dificuldades que são maiores nas áreas de saúde e segurança. “Acredito que possamos realmente e acreditamos que venha acontecer”, disse o ministro.
Garibaldi participou nesta segunda-feira de um encontro de lideranças estaduais do PMDB com prefeitos, vereadores eleitos e candidatos que participaram da última eleição, evento que reuniu cerca de 800 pessoas. Ao JH, o senador licenciado repetiu o que disse no evento, a respeito da sua expectativa em relação à governadora. “Até lá minha palavra vai ser essa. Se algum isoladamente quiser fazer (a discussão) acredito que o partido não vai tolher a liberdade de ninguém, principalmente dos parlamentares, e daqueles que quiserem se pronunciar. Apenas achamos, da parte da direção, que vamos aguardar”, frisou.
NATAL
Ao ser abordado sobre a influência negativa da aliança com Rosalba na eleição para prefeito de Natal, onde o PMDB disputou com o deputao Hermano Morais, que perdeu no segundo turno, Garibaldi admitiu a dificuldade. “A própria governadora reconhece que a avaliação dela não estava bem durante a campanha. Então, a contribuição dela não seria das mais eficazes”, avaliou. Ao declarar, porém, Garibaldi ressaltou não estar tecendo críticas à administração, da qual participa com o PMDB através da indicação de um secretário. “Não estou fazendo nenhum ataque a ela, estou constatando o óbvio. E ela própria deu uma nota se eximindo de participar do segundo turno, uma posição cautelosa”, explicou.
Candidatura em 2014
Ex-governador do Rio Grande do Norte e atualmente senador licenciado para exercer o cargo de ministro da Previdência, Garibaldi salienta que nas discussões que irá promover em 2013 o PMDB irá decidir se permanece ou se abandona a gestão Rosalba Ciarlini, se indicará ou não secretários (se o partido for convidado a assim proceder) e ainda se a legenda deverá ou não apresentar candidatura própria em 2014. “Vamos analisar tudo. Não tenho como fixar a data, mas já é uma premissa que será no próximo ano. Quem vai fixar datas, depois de consultas, é o nosso presidente (Henrique Alves)”, informa o ministro, que deixa claro que a posição do PMDB hoje é de aliado do governo Rosalba Ciarlini.
“Não vou me antecipar se vamos permanecer ou se vamos deixar totalmente de integrar a base do governo. Isso tudo será objeto de análise. Por ora, nós estamos apoiando o governo, não podemos negar. Estamos com um titular de secretaria pelo menos indicado por mim de minha responsabilidade, que é o secretário Luiz Eduardo Carneiro Costa”, afirmou se referindo a única indicação do PMDB no governo, o titular da pasta de Trabalho, Habitação e Assistência Social (SETHAS).
Indagado sobre a possibilidade de ampliação da participação do PMDB, através da indicação de outros nomes, Garibaldi salientou que antes da avaliação partidária isto não será possível. Contudo, ressalta que o tempo do governo é da governadora e que se ela quiser antecipar a reforma anunciada, não há nada que se possa fazer. “Acredito que antes dessa avaliação, não teremos (indicação). Ninguém está disposto a isso, nem recebemos nenhum convite, nenhum aceno com relação a isso”, acrescenta o ministro.
Segundo ele, mesmo com espaços a serem preenchidos, como as pastas de Agricultura e Desenvolvimento, antes da avaliação interna não será possível antecipar a posição do PMDB. “O governo é da governadora, se ela quiser antecipar a reforma do secretariado, deve-se ouvir a governadora. Antes dessa avaliação acho que não vai haver acréscimo da participação do PMDB no governo”, enfatizou.
A respeito de candidatura própria do PMDB para governador em 2014, o ministro considera natural e enfatiza a convicção pessoal de que o tema será suscitado dentro da sigla, a partir de agora. “Tudo isso será discutido. Isso que você está perguntando (candidatura própria) é uma coisa natural, que aflora naturalmente, mesmo que você não queria pautar. Os próprios participantes da reunião irão perguntar e questionar, claro”.
Comentários
é mas esse rompimento só deve acontecer lá prá junho de 2014 depois
que O P M D B mamar bem nas tetas do governo rosa.