Em dezembro, antes do Natal, o ministro Guido Mantega (Fazenda) dissera que o preço dos combustíveis “certamente” subiria em 2013. Dito e quase feito. O governo calibra a facada. A gasolina deve subir entre 7% e 9%. O óleo diesel, cerca de 4%.
É menos do que gostaria a Petrobras. Na conta da estatal, a gasolina deveria subir pelo menos 15%. Brasília refuga o percentual para etenuar os efeitos inflamáveis que o reajuste terá sobre a taxa de inflação.
Em 2012, a inflação fechou em 5,84%. Bem acima, portanto, da meta de 4,5%. O governo tenta impedir que a taxa de 2013 ultrapasse o teto da meta oficial, que é de 6,5%. Não foi por outra razão que Dilma Rousseff rogou aos prefeitos do Rio, Eduardo Paes, e de São Paulo, Fernando Haddad, que adiassem o reajuste do preço das passagens de ônibus. Foi atendida. Porém…
Em algum momento, Paes e Haddad terão de soltar o freio. Noutras capitais, o preço do ônibus já subiu –5,66% em Belo Horizonte; 10% em Fortaleza; 5,53 em Recife. No Rio, o reajuste protelado estava calculado em 5,4%. Em São Paulo, 11%. Somados a um aumento de 7% da gasolina, os dois reajustes vitaminariam a taxa de inflação de janeiro em 0,19 ponto percentual.
Em férias, Mantega volta ao trabalho nesta sexta (18). Chega com a missão de encontrar formas de atenuar o impacto do reajuste. Encontram-se sobre a prancheta duas alternativas. Numa, o governo injetaria mais álcool na gasolina (a mistura iria dos atuais 20% para 25%). Noutra, seriam reduzidas alíquotas de tributos pagos pelas distribuidoras de combustíveis.
Em qualquer hipótese, o preço a ser pago pelo motorista na bomba vai subir. E com ele, a inflação
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