O empresário Eike Batista vai ficar devendo US$ 1,5 bilhão para o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, após a reestruturação do investimento dos árabes em suas empresas, disseram três fontes com conhecimento do assunto.
O Mubadala exerceu o direito de converter um investimento de US$ 2 bilhões no Grupo EBX em dívida, protegendo assim o fundo soberano contra novas perdas patrimoniais. O fundo não tem mais participação em ações na EBX, que já lhe pagou de volta US$ 500 milhões no início deste mês, após a renegociação dos termos. A informação foi passada por duas fontes, que pediram para não serem identificadas porque os detalhes não foram divulgados.
Com isso, o empresário não será mais um bilionário. Ele já havia comprometido pelo menos US$ 2 bilhões de seu patrimônio pessoal, o que significa que Eike agora tem um patrimônio líquido de cerca de US$ 200 milhões, de acordo com o Índice de Bilionários Bloomberg.
Em 10 de julho, a EBX comunicou que havia reestruturado o acordo com o Mubadala, após a forte queda das ações ter levado o valor das empresas de Eike Batista para cerca de metade de sua dívida total. As partes também concordaram em proteger o investimento remanescente do fundo, disse a EBX, sem dar detalhes.
Eike Batista, de 56 anos, perdeu mais de US$ 30 bilhões de sua fortuna desde o início de 2012, depois que o fracasso de sua petroleira OGX em atender as metas de produção e reservas levou os investidores a vender ações e títulos das empresas do grupo. Como credor, o Mubadala terá prioridade sobre os acionistas na reformulação do grupo, já que o empresário pretende vender ativos, cortar projetos e reduzir a dívida.
Representantes do Mubadala e a assessoria de imprensa da EBX se recusaram a comentar os termos do acordo reestruturado.
Em email, o Mubadala disse que está entre um “número de partes” que veem valor potencial significativo em alguns ativos detidos pela EBX. Sem dar mais detalhes, o email acrescenta que o fundo se mantém em negociações com a EBX enquanto a holding continua a reestruturar o seu negócio.
A empresa de Abu Dhabi considera a aquisição de bens ou a participação em ativos de Eike, trocando parte da dívida, disse uma das pessoas com conhecimento do processo de venda.
O Mubadala comprou uma participação acionária na Centennial Asset Brazilian Equity Fund, e outros veículos off-shore de Eike Batista, de acordo com uma declaração conjunta emitida em março de 2012, quando o grupo EBX atingiu o pico de valor de mercado. O acordo deu ao fundo soberano árabe 5,63% do grupo, bem como “certos direitos e proteções”.
Comentários