Prefeitura e Sebrae reúnem Marisqueiras em Muriu


REAPROVEITAMENTO
PREFEITURA DE CEARÁ-MIRIM E SEBRAE DISCUTEM COM MARISQUEIRAS REAPROVEITAMENTO DE PESCADO E ALGAS MARINHAS
Cerca de quase 40 mulheres marisqueiras das praias de Muriu e Jacumã, participaram de reunião na Colônia de Pescadores em Muriu, na última quarta-feira 25/06, às 10h, para discutir o reaproveitamento de pescado e algas marinhas naquele litoral.
O evento, foi uma realização da Prefeitura de Ceará-Mirim, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico-SETMADE e contou com a presença de representantes das secretarias de Assistência Social, Agricultura e Abastecimento, Administração, além do presidente da Colônia de Pescadores, José Vicente.
De acordo com o secretário de Turismo, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do município, Fernando José Lessa Laudares, que também esteve presente a reunião, essa iniciativa é fruto de uma preocupação do governo do prefeito Antônio Peixoto, em gerar emprego e renda para a população do litoral do município, atendendo ao projeto de implantação de cultivo de algas marinhas, diante das características propícias do litoral, para tal finalidade, beneficiando assim as marisqueiras da região.
O consultor do SEBRAE, Sebastião Carneiro de Almeida, destacou na sua apresentação da proposta, que o projeto é de grande importância estratégica para a maricultura, mas que antes de tudo é preciso que a categoria se organize em cooperativa ou associativismo.
Segundo ele, o SEBRAE se propõe a oferecer curso sobre beneficiamento do pescado e das algas marinhas, com o objetivo de planejar atividades para que se possa produzir com qualidade. "Esse é o nosso primeiro passo, organizar a categoria e descobrir suas potencialidades, depois vamos ver onde estão os recursos para poder buscá-los", disse o consultor do SEBRAE.
Já o secretário Fernando Lessa, ao destacar a importância da organização da categoria, reconhece que, as algas não são mais encontradas em grande quantidade como há anos atrás, mas que elas podem ser plantadas em cativeiros. "Vocês têm de estarem organizadas para poder entender todo esse processo. E essa é uma preocupação do nosso governo no que diz respeito a geração de emprego e renda", destaca Fernando Lessa, dizendo que esse foco não é atoa, e que, as marisqueiras que queiram trabalhar com outra linha, terão o mesmo apoio do governo do prefeito Peixoto como também do SEBRAE. "Estamos preocupados em dar os instrumentos para que vocês possam gerar renda, essa é a nossa preocupação", disse o secretário Lessa, acrescentando que dentro desse contexto a prefeitura de Ceará-Mirim pode ajudar, mas a categoria precisa está organizada.
As mulheres marisqueiras, cobraram do governo e do SEBRAE mais agilidade no sentido de que as ações possam chegar pelo menos a médio prazo. Mas segundo o consultor do SEBRAE, dentro dessa primeira etapa do projeto, será oferecido um curso de organização para no mínimo 15 e no máximo 26 pessoas, para que o projeto possa começar a fluir bem.
Ele disse, que com a instalação do projeto, o cultivo será mais bem planejado, gerando produtos de melhor qualidade, além da perspectiva da geração de emprego e renda na própria comunidade.
Ainda de acordo com o consultor do SEBRAE, as algas são de grande utilidade industrial e podem contribuir para o desenvolvimento econômico do município de Ceará-Mirim viabilizando um negócio rentável para empresários, instituições do ramo e os próprios produtores.
O PODER DAS ALGAS
Bastante usadas nas indústrias de alimentos e cosméticos, as macroalgas marinhas têm também um grande potencial biotecnológico. Novos estudos brasileiros mostram que compostos produzidos por elas têm ação antioxidante, fotoprotetora e até antitumoral.
Elas estão em pudins, loções, pastas de dente e até na cerveja. São inúmeras as aplicações industriais de substâncias extraídas das macroalgas marinhas (algas pluricelulares visíveis a olho nu). Mas seu aproveitamento pode ser ainda mais intensivo: pesquisas recentes têm mostrado que compostos produzidos por esses organismos têm um incrível potencial biotecnológico.
Compostos produzidos pelas algas são eficazes contra câncer, trombose, bactérias e virus, ação do sol e o envelhecimento são apenas algumas das propriedades de interesse industrial demonstradas recentemente por estudos brasileiros.
Das cerca de 32 mil espécies de macroalgas marinhas pertencentes aos três grupos principais (verdes, vermelhas e pardas), apenas cem são exploradas comercialmente. Ainda assim, a aquicultura de algas é o terceiro maior recurso aquático do mundo.

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