Roberto Bolaños não interpreta apenas os personagens Chaves e Chapolin, mas foi também o criador das séries que o transformaram em um dos comediantes mais conhecidos do mundo. Bolaños, que estudou engenharia mas nunca exerceu a profissão, começou sua carreira como publicitário e logo se tornou escritor e roteirista na década de 50. Mas foi apenas no final da década de 60, após ser contratado pela emissora TIM, que Bolaños deu início a sua carreira de ator.
‘Chespirito’, nome pelo qual Roberto Bolaños ficou mais conhecido, é o diminutivo castelhanizado do nome do escritor inglês Shakespeare. O apelido carinhoso foi dado a Bolaños pelo diretor de cinema Agustín P. Delgado, que o considerava uma espécie de William Shakespeare latino, por sua capacidade de escrever histórias tão ricas e versáteis quanto as criadas pelo famoso autor inglês.
O Chapolin Colorado, herói atrapalhado criado e vivido por Roberto Bolanõs nasceu antes de seu maior sucesso, o Chaves. Enquanto o Chapolin estreou em 1970, o programa ‘El Chavo del Ocho’, foi ao ar pela primeira vez apenas em 20 de junho de 1972, se tornando a mais famosa comédia mexicana do mundo. Ambos os personagens surgiram como esquetes do programa ‘Chespirito’. Até hoje os programas continuam sendo transmitidos em toda a América Latina, tanto com o áudio original quanto com diferentes dublagens em mais de dez países.
O último episódio de ‘Chapolin Colorado’ foi produzido no final de 1979, quando Bolaños desistiu de dar continuidade a seus programas depois de quase dez anos ininterruptos. As últimas palavras do Chapolin Colorado em seu capítulo final foram, “Sigam-me os bons!”. Já o último episódio de meia hora de ‘El Chavo del Ocho’ como série, foi transmitido dia 18 de janeiro de 1980. O programa chegou ao fim depois de alguns conflitos entre o elenco. Em 1978, Carlos Villagrán deixou o programa para começar seu próprio espetáculo, ainda como o personagem Quico e pouco depois, em 1979, Ramón Valdés, que interpretava o Seu Madruga, abandonou o programa por motivos pessoais.
Roberto Bolaños e Maria Antonieta de las Nieves, a interprete de Chiquinha, não se falam desde 1994, quando eles passaram a brigar judicialmente pelos direitos da personagem. Reza a lenda que quando Maria Antonieta recebeu os papéis do processo que Bolaños moveu contra ela por uso indevido da personagem, a atriz sofreu um infarto e foi parar na UTI e, desde então, Antonieta parou de falar com Bolaños. Segundo o filho do comediante, o processo ainda corre na justiça e por isso Chiquinha não aparece nos desenhos animados da ‘Turma do Chaves’. Recentemente Bolaños afirmou que, apesar de Antonieta ter tentado uma reaproximação, ele não tem interesse em ter contato com ela.
A mesma disputa pelos direitos sobre o personagem aconteceu entre Bolaños e Carlos Villagrán, intérprete de Quico. Depois de se desentender com o Chespirito e deixar o programa, Villagrán também continuou fazendo uso do personagem e Bolaños tentou impedir que isso acontecesse. No caso de Villagrán, porém, a briga tem ainda mais um agravante. O motivo principal do desentendimento seria um triângulo amoroso entre os dois com Florinda Meza, a interprete de Dona Florinda. Florinda teria namorado o intérprete de Quico para depois trocá-lo pelo intérprete de Chaves, em 1977.
Pai de seis filhos de seus primeiro casamento, quando começou o relacionamento com Florinda Meza, Bolaños já havia feito vasectomia e por isso o casal não tem filhos. Apesar de estarem juntos desde 1977, Bolaños e Florinda só se casaram oficialmente em 2004. Na época o ator, escritor e diretor já tinha 75 anos. O casal está junto até hoje.
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