Em conversa com colegas do SBT, logo após reunião com a cúpula da emissora, ontem (14) à tarde, a jornalista Rachel Sheherazade comentou que pensou que seria demitida. A jornalistas do SBT Brasil, ela afirmou que “saiu barato” ter sido apenas “censurada”.
Logo depois da reunião entre Sheherazade com José Roberto Maciel (vice-presidente do SBT) e Marcelo Parada (diretor de jornalismo), o SBT emitiu nota oficial comunicando que a jornalista e seu companheiro de bancada, Joseval Peixoto, não irão mais emitir opiniões pessoais nos telejornais da emissora. O SBT irá se manifestar apenas por meio de editoriais, e somente quando achar necessário.
No comunicado, o SBT ainda afirmou que Rachel e Joseval não farão mais comentários para preservá-los “em razão do atual cenário criado recentemente”, mas o jornalista Daniel Castro apurou que a medida foi tomada sob pressão do governo federal. Há duas semanas, Marcelo Parada se reuniu em Brasília com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann. Na ocasião, Traumann manifestou desconforto com os comentários de Sheherazade. O ministro controla as verbas do governo federal, que investe cerca de R$ 150 milhões em publicidade por ano no SBT.
Em entrevista a Daniel Castro, ontem, por telefone, Rachel Sheherazade afirmou que não acredita que tenha sido vítima de censura e diz que continuará emitindo comentários por outros meios, como a internet. Mais tarde, por e-mail, a jornalista reforçou sua opinião: ”Posso usar as redes sociais para continuar fazendo o que eu fazia no horário nobre: colocar o dedo na ferida. Quando e se a emissora quiser minhas opiniões, volto a falar”.
O SBT não confirma que teve pressão do governo federal para cortar os comentários de Rachel Sheherazade. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República não respondeu até o fechamento deste texto.
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