Lia Maria Aguiar, herdeira do fundador do Bradesco, Amador Aguiar, perdeu no início do mês um novo recurso em sua tentativa de reaver parte das ações do banco.
A derrota, a terceira sofrida no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi imposta pelo ministro Antonio Carlos Ferreira, no fim de maio, e pode ser o último capítulo de uma disputa bilionária dentro da 8ª família mais rica do Brasil, no ranking da revista norte-maericana "Forbes".
Lia e a irmã, Lina, buscavam recuperar 4% das ações do Bradesco – cerca de R$ 4 bilhões em valores de setembro do ano passado.
Os papéis haviam sido doadas a elas na década de 1970 pelos pais, Amador e Elisa. Em 1983, entretanto, Amador os vendeu à Fundação Bradesco, segundo o advogado da entidade, José Diogo Bastos Neto.
As duas herdeiras, entretanto, questionaram a venda na Justiça separadamente. Um dos argumentos de Lia é que o pai, Amador, não tinha procuração da mãe, Elisa, para se desfazer das ações.
Lina já foi derrotada definitivamente. O processo de Lia chegou ao STJ chegou em 2012. Ali, ela sofreu duas derrotas em 2013: em setembro, a Corte Especial – órgão máximo do Tribunal – decidiu contra o pedido da herdeira. Em dezembro, negou um recurso contra essa decisão.
Lia, então, apresentou embargos de divergência à 2ª Seção, um tipo de recurso em que se alega que os magistrados de um tribunal decidiram de outra forma em outro caso semelhante.
No último dia 30, o ministro Antonio Carlos Ferreira negou que houvesse tal divergência.
Lia ainda pode levar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas a hipótese é remota.
"É mais uma decisão que confirma o que vem sendo decidido desde a primeira instância", afirmou o advogado José Diogo Bastos Neto, da Fundação Bradesco.
A reportagem entrou em contato com um dos escritórios que representam a herdeira e com a Fundação Lia Maria Aguiar, mas não obteve resposta.
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