Em pesquisa feita pelo Instituto Promundo, Natal, que é uma das cinco capitais brasileiras com o maior índice de exploração sexual contra crianças e adolescentes (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Fortaleza são as outras da lista de acordo com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos), 83% dos homens entrevistados acham comum o sexo com “prostitutas menores de idade” e 69% consideram que seja algo que todos os homens fazem ao menos uma vez na vida. Ainda segunda a pesquisa, cerca de 70% dos homens e 80% das mulheres acham que a “escolha é da ‘prostituta’”, no caso, a criança ou a adolescente.
Por outro lado, a pesquisa quantitativa mostrou que 79% dos homens ouvidos em Natal acham que a prostituição de menores deve ser proibida e 87% concordam que os homens que fazem sexo com crianças ou adolescentes devem ser penalizados. “A gente parte de alguns mitos associados à masculinidade, que fazem, por exemplo, com que homens achem que estão ajudando uma criança quando têm relações sexuais pagas com ela. Partimos de uma pesquisa e os resultados mostram como muitos homens percebem o seu papel na sociedade, e como isso reforça a exploração sexual. Muitos não enxergam isso como um crime”, explicou a coordenadora de projetos do Instituto Promundo, Vanessa Fonseca.
No último dia 21 de maio, foi sancionado pela presidenta Dilma Rousseff o Projeto de Lei (PL) que torna a exploração sexual de crianças e adolescentes crime hediondo. A lei vem para reforçar o enfrentamento à questão. “Esse tema nunca foi tão debatido no Brasil como agora. Temos que ter como legado da Copa o fortalecimento da rede de atendimento e a união de esforços de todos que trabalham na área”, afirma o coordenador do Ministério, Adelino Neto.
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