Operação do MP desarticula esquema criminoso comandado de presídio


O Ministério Público Estadual deflagrou mais uma operação, na manhã desta quinta-feira (25), para desarticular um esquema criminoso comandado de dentro da Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga, conhecido como Pavilhão 5 de Alcaçuz. A operação Pedra Sobre Pedra contou com apoio da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal.

De acordo com o MPRN, a quadrilha atuava no tráfico de drogas, roubos e homicídios, principalmente na cidade de Apodi. No entanto, também foram cumpridos mandados nos municípios de Caraúbas e Natal.

A quadrilha fazia aquisição, transporte e revenda de drogas. O Ministério Público informou que a Operação Pedra Sobre Pedra teve 13 mandados de prisão e 11 de busca em apreensão, cumpridos por 100 homens da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar.

Foram decretadas as prisões de: José Jocenildo de Morais Fernandes, Emerson Gustavo Torres Gomes, Gilderlanio Maia de Freitas, Marciano Pinheiro da Silva, Maria Ivoneide de Lima, João Jocenilton de Moraes Fernandes, Alberto César do Carmo, Antonio Jakcson da Costa Torres, Josemberg Rozendo Varela, Vinicius Maia da Silva, Francisco Célio da Silva Leite, Maria Edna Duarte de Oliveira e Ubiranira Rozalina Carias de Oliveira.

As investigações indicam que o líder da organização é José Jocenildo de Morais Fernandes, conhecido como "Nildinho", atualmente recolhido ao Pavilhão 5 da Penitenciária de Alcaçuz que, de dentro do sistema penitenciário, há vários meses, vem comandando uma organização criminosa destinada sobretudo à aquisição, transporte, armazenamento e revenda de drogas ilícitas, além de outros crimes como roubos.

A operação contou ainda com o apoio operacional do Grupo de Operações Especiais do Sistema Penitenciário do Estado do Rio Grande do Norte (GOE/RN), que realizou revistas nas celas de alguns apenados, simultaneamente, ao cumprimento dos mandados.

Vasta ficha criminal

"Nildinho" é amplamente conhecido no meio policial. Ele já fugiu algumas vezes do sistema penitenciário sendo denunciado a primeira vez como um dos autores do homicídio do agropecuarista Vicente Veras e do motorista Erimar Bezerra Alves, ocorrido na Comarca de Campo Grande em maio de 2003. Na ocasião, cometeu o crime juntamente com José Valdetário Benevides Carneiro e outros sendo condenado à pena de 37 anos e 6 meses de reclusão.

Ocorre que não chegou a cumprir a condenação, pois conseguiu fugir da cadeia onde estava recolhido. Foi preso novamente em novembro de 2011. Na época estava atuando na explosão de caixas eletrônicos. Mais uma vez, porém, conseguiu escapar da cadeia. Voltou a ser preso por Policiais do BPCHOQUE em setembro de 2013, na Avenida Roberto Freire, em Natal, com identidade falsa.

Desde 2013 em Alcaçuz, passou a se dedicar ao tráfico de drogas e com o auxílio da esposa e de um irmão, além dos investigados acima nominados, estruturou uma rede para o tráfico de drogas em sua cidade de origem, Apodi, tendo afastado outros traficantes que atuavam na área, de modo a transformar Apodi no seu "reduto do crime".

Interrogatório

José Jocenildo foi interrogado na manhã desta quinta-feira, na Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, por integrantes da comissão de Promotores de Justiça encarregada das investigações e negou todos os crimes que lhe são atribuídos. Em razão do envolvimento nos crimes investigados, o detento foi transferido para o isolamento da unidade prisional.

Flagrantes

No cumprimento dos mandados na cidade de Apodi foram realizadas prisões em flagrante dos crimes de tráfico de droga e posse ilegal de arma de fogo. 

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