Copa de 2006 pode ter sido comprada, afirma revista alemã


O dinheiro para o caixa 2 foi emprestado ao comitê por Louis-Dreyfus, como pessoa física, de forma sigilosa, em 6 de julho de 2000. Esse dinheiro não apareceu na contabilidade do comitê que cuidava da candidatura nem, mais tarde, na do comitê organizador.
Porém, cerca de um ano e meio antes da Copa de 2006, Louis-Dreyfus pediu o dinheiro de volta, então o equivalente a 6,7 milhões de euros. Por isso o comitê organizador, que tinha Beckenbauer como presidente e Niersbach como vice, teve de pensar numa maneira de devolver o empréstimo.
Para devolver o dinheiro, eles teriam usado a Fifa. A Alemanha bancou uma contribuição de 6,7 milhões de euros para uma cerimônia de gala na abertura da Copa, em Berlim. A cerimônia foi mais tarde cancelada. O dinheiro foi transferido para uma conta da Fifa em Genebra e, de lá, para uma conta de Louis-Dreyfus em Zurique, afirma a Der Spiegel.

DFB nega acusação

Em nota, a DFB reconheceu a existência do pagamento de 6,7 milhões de euros para a Fifa em abril de 2005 e que o dinheiro possivelmente não teve o fim a que se destinava. A federação alemã negou, porém, que o dinheiro tivesse alguma relação com a escolha da sede da Copa de 2006, cinco anos antes.
Segundo a DFB, o dinheiro era destinado ao programa cultural da Fifa, que previa a realização de quase 50 projetos relacionados à Copa do Mundo. Não está claro, porém, onde esses recursos foram parar, acrescenta a federação.
A DFB afirmou ainda que está investigando o caso e que avalia exigir de volta o dinheiro pago à Fifa.
A Federação Alemã de Futebol afirmou ainda que, no contexto das acusações de corrupção relacionadas à Fifa, decidiu iniciar uma investigação interna sobre a escolha da sede da Copa de 2006. Segundo a DFB, não foram encontradas irregularidades nem indícios de que votos teriam sido comprados.
A DFB negou que o pagamento à Fifa esteja relacionado com a escolha da sede da Copa do Mundo de 2006.
O futebol alemão pode estar diante de um dos maiores escândalos da sua história. Segundo informações da revista Der Spiegel, a Copa do Mundo de 2006 pode ter sido comprada.
A revista informa que o então presidente da Adidas, Robert Louis-Dreyfus, bancou um caixa 2 de 10,3 milhões de francos suíços, o equivalente a 13 milhões de marcos alemães na época, para o comitê responsável pela candidatura alemã.
O presidente do comitê, Franz Beckenbauer, o presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, e outros funcionários do alto escalão do futebol alemão sabiam da transação, afirma a revista.
Aparentemente o dinheiro foi usado para comprar os votos dos quatro representantes asiáticos no comitê executivo da Fifa, composto por 24 pessoas. Os quatro asiáticos de fato votaram para a Alemanha como sede da Copa, na eleição de julho de 2000. Além disso, o neo-zelandês Charles Dempsey se absteve na último turno da votação, o que deu a vitória para a Alemanha, por 12 votos contra 11.

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