A novela da Record trouxe um bem que há muito tempo não circulava pelos lares: todos falando sobre algo que não seja uma produção global. Saio de casa e encontro os vizinhos comentando sobre “Os Dez Mandamentos”. No supermercado, na empresa, novas vertentes, outros ares. Abro o jornal e vejo algo sobre a grande cena da abertura do Mar Vermelho.
A Tupi era assim. Lembro quando tinha cerca de oito anos., voltávamos para casa, meu pai entrou em uma rua de chão batido. Era noite, do lado de fora da estrada, puro breu, onde a criança que eu era alimentava seus medos. Finalmente chegamos a residência de tios que não víamos há anos. Abriram as portas da casa, satisfeitos ao nos ver, mas tristes por que não poderiam nos dar atenção merecida, visto ser o último capítulo de “Aritana”. E naquele tempo, o último, era realmente a oportunidade final. Sentamos e aguardamos os comerciais para conversarmos.
Hoje à noite veremos o reboliço que a tão aguardada cena provocará na audiência até então imbatível da rede que é uma das maiores do mundo. Um estrago poderoso. Bíblico.
Não será o fim da Globo, muito distante disso, mas será o suficiente para quebrar aquela ideia de que o telespectador não muda de canal. Muda. Já vi isso em outras épocas. Agora chega desta conversa de que somos bitolados. Não somos. Procuramos programas bons, tanto faz estarem na Record, SBT ou Globo.
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