Conheça toda a história de “Escrava Mãe”, nova novela da Record


Algumas histórias são tão marcantes que atravessam gerações. É o caso de A Escrava Isaura, obra de Bernardo Guimarães. A trajetória da escrava de pele clara que vivera perseguida pelo obcecado senhor Leôncio ganhou o mundo pelas páginas e telas, tornando- se uma das mais conhecidas tramas brasileiras. Mas toda história tem um começo. E nada disso aconteceria sem os personagens e enredos de Escrava Mãe, novela de Gustavo Reiz, livremente inspirada no clássico literário.

A história inicia-se em 1789, na região de Angola, principal mercado abastecedor de es cravos para as plantações de cana-de-açúcar do Brasil. É de lá que são trazidos os africanos Kamau (Marcelo Batista) e Luena (Nayara Justino), a bordo de um navio negreiro. Ao chegarem em solo brasileiro, os dois conseguem fugir e recomeçam suas vidas em liberdade, mas sempre assombrados pelo terror da escravidão.

Quando uma nova vida se anuncia, Luena frustra-se ao notar a pele mais clara da filha: aquela criança era fruto da violência que sofrera durante a travessia do oceano. E os mesmos homens que invadiram a tribo na África, comandados pelo vilão Osório (Jayme Periard), retornam para buscar a “mercadoria” que haviam perdido. Luena morre ao dar à luz, mas consegue entregar o bebê ao menino Sapião (Sidney Santiago), que foge desesperadamente enquanto Kamau é aprisionado, prometendo um dia voltar para buscar aquela criança, a quem considerava sua filha. Sapião é acolhido numa grande fazenda açucareira, a Engenho do Sol, e a menina, que ganha o nome de Juliana , será criada com Teresa (Roberta Gualda) e Maria Isabel (Thais Fersoza), filhas do coronel Custódio (Antônio Petrin) e dona Beatrice Avelar (Bete Coelho). Se aquele momento já representava uma mudança brusca na vida de Juliana (Gabriela Moreyra), sua história seria ainda mais repleta de reviravoltas e emoções.


Ao completar 18 anos, Juliana conhece a verdade sobre seu passado, revelado por Tia Joaquina (Zezé Motta). Grande amiga da sinhá Teresa, de quem sempre fora mucama, Juliana fica completamente perdida ao saber que era fruto de uma violência. Jura a si mesma que jamais deixaria um homem branco tocá-la. E é num momento de desespero que ela conhece o jovem português Miguel (Pedro Carvalho), um viajante em busca de trabalho na Vila de São Salvador.

No tão marcante ano de 1808, quando a corte portuguesa se transfere para o solo brasileiro, a Vila de São Salvador vivia um momento próspero, sendo bastante beneficiada pelo ótimo desempenho da cultura da cana-de-açúcar. Além de aumentar o poder dos senhores de engenho, isso também atraía bastante gente para a região, em busca de melhores condições de vida. Mas a verdade era que Miguel buscava respostas para um grande mistério que envolvia a morte de seus pais.

O rapaz será o grande amor da vida de Juliana, mas também despertará o interesse de Maria Isabel, a filha do coronel Custódio, que nunca se conformara com o tratamento diferenciado que a escrava recebia. Contando com a fiel e sarcástica mucama Esméria (Lidy Lisboa), Maria Isabel não medirá esforços para prejudicar Juliana, jamais aceitando ser afrontada por uma escrava.

Como se não bastasse a perseguição da sinhá, Juliana também enfrentará um obstáculo muito poderoso, o Comendador Almeida (Fernando Pavão). Ao casar com Teresa por um arranjo que tiraria sua família da ruína financeira, Almeida se torna o novo senhor da Engenho do Sol e reacende uma rivalidade histórica com a família do coronel Quintiliano Gomes (Luiz Guilherme), dono da fazenda Doces Campos. Guilherme (Roger Gobeth), filho deste poderoso senhor, correspondia-se às escondidas com Teresa, que também o amava, apesar da inimizade entre seus pais. O casamento de Teresa e Almeida marcará o reinício de uma guerra entre as famílias mais poderosas da região e uma fase terrível na vida de Juliana, pois seu novo senhor ficará completamente obcecado por ela.

Juntos, Juliana e Miguel viverão uma intensa e movimentada história de amor, enfrentando inimigos poderosos e obstáculos aparentemente intransponíveis, como o preconceito de uma época que vive à sombra da escravidão.

Além de uma trama central forte e emocionante, Escrava Mãe conta com outras histórias de amor, aventura, suspense e comédia. A pensão Jardineira, taverna liderada por Rosalinda (Luiza Tomé), é o ponto de encontro dos homens do lugar. Por conta disso, um assunto recorrente na Vila é a histórica rivalidade entre Rosalinda e dona Urraca de Almeida (Jussara Freire), mãe do comendador Almeida. D. Urraca sempre se nomeara a defensora da tradição e dos bons costumes, criticando abertamente o comportamento da inimiga e suas florzinhas, Dália (Manuela Duarte), Petúnia (Robertha Portella) e Violeta (Débora Gomes), que vivem com ela na taverna.

A guerra entre as duas geralmente é aplacada pelo capitão Loreto (Junno Andrade), chefe da guarda e responsável por manter a ordem na colônia. Num período em que a circulação de informações e novas ideias poderiam representar uma ameaça à Coroa, quem também se torna um problema para o capitão é o professor Átila (Léo Rosa). Determinado a criar um jornal na Vila e espalhar suas ideias abolicionistas, o escritor desperta o interesse de muitos jovens, como a sinhazinha Filipa (Milena Toscano), filha do coronel Quintiliano Gomes. Não satisfeita com a realidade das mulheres da época, ela está à frente de seu tempo e não se conforma com o tratamento dado aos escravos. Lutará pela igualdade e tomará para si a missão de descobrir um mistério que rondava a morte de sua mãe.

Com um minucioso trabalho de pesquisa, a vida dos escravos na época colonial é retratada ressaltando a trajetória dos homens e mulheres que contribuíram para a construção de nosso país. A herança cultural, os sonhos, os medos, os anseios por liberdade, o ódio contra a dominação e os dois lados do processo de exploração são alguns dos temas abordados ao longo de toda a trama por meio de personagens como Juliana, Tia Joaquina, Esméria, Catarina (Adriana Lessa), Sapião, Tito Pardo (Nill Marcondes), entre outros.

Além de entreter e emocionar, Escrava Mãe é uma novela que traz à tona assuntos importantes sobre a construção do nosso povo, mostrando que relações bonitas e verdadeiras também podem surgir nos momentos mais turbulentos. E as histórias que atravessam o tempo, como o amor de Juliana e Miguel por sua filha Isaura, merecem ser contadas desde o início.


Comentários