Ilusões

Por Amadeu Garrido de Paula

Ilusões, transmitiram-nos tantas ilusões,

quando perfilhados, todas as manhãs,
em nossas escolas de madeiras e balcões,
cantávamos alto nosso hino de esperanças.

Nenhum de meus colegas dizia querer ser político;
eram engenheiros, aviadores, militares, advogados
e o silêncio reinava respeitoso, generoso e monolítico
assim que os mestres trespassavam conhecimentos.

Educação vencia até nos meandros do capinzal
alguns eram reprovados e permaneciam sem ilusões;
sabiam que aprenderiam no ano próximo no matagal
ranchos toscos do saber não os afastariam das lições.

Críamos nesses dias que ergueríamos admirável País
uma nação em que todos depositariam porções de heroísmo;
absorvíamos velhas cartilhas para ver bem além do nariz
jamais poderíamos suspeitar que nos subjugaria o cretinismo.

Eis que surge, do nada, ou do oculto, uma casta chamada política
e cresce, agiganta-se, acusa bandalheiras e bandalha.
Antípoda da Índia, afaga o excremento sob o auxílio-toalha
só nos resta o ereto sentido,  e a batalha.

Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.

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