SINDICOMIS e ACTC afirmam: greves dos caminhoneiros e dos auditores da RFB afetam todos os segmentos econômicos do comércio exterior
A incompetência do time formado pelo presidente Michel Temer para negociar o fim da paralisação dos caminhoneiros – que iniciaram o protesto contra a alta do preço do diesel; mas, por letargia do governo, acabaram por incluir outras demandas – já impacta todas as operações ligadas ao comércio exterior brasileiro e, evidentemente, causa prejuízos incalculáveis ao País.
Se juntarmos a essa conta outra que também nos afeta – a greve dos auditores da RFB (que, de maneira cívica, econômica e moralmente inconsequente, reduziu a sua já parca produção e atravancou ainda mais o trabalho que nossas categorias desempenham junto aos portos e aeroportos), o dano econômico se torna preocupantemente incomensurável.
Considerando que já nos preocupava muito a calamitosa situação do comércio exterior brasileiro, o que acontecerá quando os resultados dessas duas paralisações forem adicionados a esse contexto? O que, infelizmente, podemos prever é que toda a economia do Brasil sofrerá duríssimas consequências. Isso, certamente, afetará todos os segmentos da cadeia produtiva e todas as classes sociais. Porém, será ainda pior para a classe política como um todo. Acreditamos que, infelizmente, seja muito provável que surja um efeito “bancarrota” sem precedentes, que afetará as empresas em todo o país.
Entretanto, a Petrobras insiste em anunciar que o preço do diesel deve cair 1,54% nas refinarias. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de, aproximadamente, 8% no ano. Este índice está acima da inflação acumulada em 2018, que é de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em verdade, as cargas não entram pelo transporte rodoviário e há portos em que nem mesmo os navios conseguem chegar por bloqueio de simpatizantes ao movimento grevista. Terminais de Santos já estão praticamente parados porque não conseguem receber nada, nem mesmo a refeição que deveria ser servida aos trabalhadores. Presenciamos um verdadeiro caos para toda a Nação brasileira. Temos relatos de nossos representados em Santos informando que, há dias, o acesso de veículos rodoviários de carga às instalações do porto apresenta redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais.
Nos portos do Sul, as operações de granéis – como soja, milho e trigo, entre outras – amargam uma redução drástica de, aproximadamente, 30%. Ou seja, a movimentação diária caiu de 150 mil toneladas para aproximadamente 120 mil. Fica mais que evidente que a incompetência do time de Michel Temer para pôr fim às paralisações causa prejuízos “a toneladas”.
Os impactos e as perdas são enormes para os nossos setores. Nossas entidades deverão registrar as quedas deste nefasto período, que ainda deve reverberar durante as próximas semanas. Defendemos a tese de que estas perdas incalculáveis deverão ser, de alguma forma, compensadas aos nossos representados mais adiante, pois os atrasos causados pelas greves geraram, geram e continuarão gerando custos operacionais de toda sorte para a economia e sobrevivência das empresas.
Luiz Ramos é presidente do Sindicomis (Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Carga e Logística do Estado de São Paulo) e da ACTC (Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística); empresário; despachante aduaneiro; técnico e mestre em soluções de comércio exterior; trade; especialista em legislação aduaneira e tributária, assuntos governamentais e institucionais e aduaneiros; conselheiro da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio), diretor do Cecomércio-Fecomércio/SP; coordenador geral do Comitê Técnico Fiscal de Comércio Exterior do Sindicomis/ACTC e diretor geral do Grupo Baska.
Luiz Ramos
Bruna Raicoski
Assessoria de Imprensa
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