A audiência do horário eleitoral está menor este ano do que em 2016, quando houve a última disputa municipal. De acordo com dados do Kantar Ibope Media, há quatro anos, 39,48% dos domicílios sintonizaram o programa. Agora, são 33%. A queda é de 16%. Os números levantam uma discussão sobre a reformulação do formato com a defesa, inclusive por parte de profissionais de marketing político, do fim dos blocos de propaganda.
O levantamento do Ibope considerou média de audiência dos blocos de propaganda do início da tarde e da noite de 9 a 29 de outubro deste ano em comparação com 26 de agosto e 15 de setembro de 2016, nas 15 principais regiões metropolitanas do país. A eleição municipal anterior foi realizada em outubro. O Ibope ressalta que mudança de data da eleição deve ser considerada para a análise da variação de audiência.
Responsável pela comunicação de campanhas ao governo da Bahia de Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT) e outros de candidatos de outros partidos também, Sidônio Palmeira entende que os blocos de propaganda deveriam acabar e a propaganda eleitoral deveria se dar apenas nas inserções, que possuem muito mais efetividade.
— Defendo que acabem os programas, que são os que tem mais gasto e menor audiência. O retorno disso é muito pequeno pro gasto que se tem. O certo seria manter só as inserções.
Para Palmeira, os gastos com comunicação poderiam ser reduzidos em, pelo menos, 50% sem os blocos de programa.
— Não conheço outro lugar do mundo que tem esse horário eleitoral gratuito (com blocos de propaganda). Em vez de ajudar, termina distanciando até o político, porque fica uma coisa chata.
Cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná, Sérgio Braga concorda.
— Teria que ter um formato mais dinâmico e compatível com os novos tempos. Precisava ser menos estático. As inserções tem um impacto muito maior. Essa coisa de enfileirar os partidos todos ao mesmo tempo acho que traz para o eleitor dificuldade de saber quem está falando.
BRT
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